O Pato-Mergulhão só sobrevive em ecossistema ambientalmente equilibrado, onde há cursos de aguá limpa e transparente. Por esse motivo ele é classificado criticamente em extinção. No mundo todo restam apenas 250 aves, em áreas do Paraguai, Argentina e Brasil. No Brasil elas se encontram na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, no Jalapão, em Tocantins e na Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais.
Essa ave necessita de correntes de água 100% limpa, protegida por matas ciliadas preservadas e com abundância em peixes, principalmento o seu preferido que é o lambari.
O local da Serra da Canastra onde é encontrado o Pato-Mergulhão fica nas águas do rio São Franscisco, que são cristalinas perto de sua nascente, neste local eles encontram um ambiente ideal onde se refrescam e se alimentam.
Essa ave não é fácil de ser avistada, pois além de rara, ela é arisca, não gosta de agitação, e batem asas ao perceber qualquer movimento. Sua plumagem é escura de tonalidade verde metálico na cabeça, e tem um vistoso penacho que é sua marca de beleza discreta.
O Pato-Mergulhão mede entre 55 a 65 centímetros e possui um bico diferente dos patos comuns, ele é longo, afiado, escuro e serrilhado nas bordas.
Suas patas são avermelhadas e possuem uma membrana entre os dedos para facilitar a impulsão na água.
O seu acasalamento é diferente das outras aves, no período reprodutivo, o macho segura com o bico, a fêmea pelos penachos até quase arrancá-los. Desse grande amor nascem até oito filhotes por ninhada. O período reprodutivo do Pato-Mergulhão dura entre maio a setembro.
O seu ninho costuma ser feito em fendas de paredões, ocos de árvores e buracos em barrancos, que ficam próximos das margens dos cursos de água, Onde a fêmea choca seus ovos dentro da toca, que estão salvos de possíveis predadores. Durante o tempo que ela está chocando seus ovos, só sai para se alimentar, e o macho fica de guarda do lado de fora. O filhote nasce depois de 30 dias de incubação e ficam com os pais por quase 10 meses.
Tempo atrás o garimpo do diamante ameaçava essas aves, destruindo seu hábitat pluvial, pelo depósito de sedimentos. Agora a população voltou a crescer. Atualmente o que está prejudicando a vida dessa ave é o destruimento da mata ciliar, a poluicão, o assoreamento do São Francisco, a expansão da agropecuária e os agrotóxicos.
Por esse motivo, pesquisadores lutam para salvar esses animais, realizando trabalho de educação ambiental e conscientização entre os moradores e produtores rurais.
Tanto quanto o Pato-Mergulhão, nós também precisamos de água limpa para sobreviver!!!